Tenho acompanhado algumas pesquisas sobre o comportamento de consumo, principalmente, o voltado para o consumo de produtos de moda.
Um dado importante levantado na pesquisa do Sebrae fala sobre o comportamento das pessoas relacionados ao tema beleza. Saímos de um padrão estético alto, magro, belo e de olhos claros e passamos para uma beleza única, respeitando o indivíduo, o seu próprio corpo e como ele entende e vivencia a beleza.
É claro que esse movimento não se deu da relação mercado e indivíduo, mas sim da relação indivíduo e mercado. Ou seja, foram as pessoas que provocaram essa mudança na forma de enxergar a beleza, através de protestos, de novos comportamentos e da manifestação do seu desejo.
E as marcas que ainda se comportam dentro dos padrões tradicionais estão perdendo o mercado e deixando de atender as expectativas desse novo cliente.
Isso me faz ver que as pessoas, nos dias atuais, tem percebido as marcas como indivíduos. Seres que vivem e precisam manter um comportamento ético-moral, não sendo superior a elas.
A prova disso é que deixamos de comprar (punimos) de marcas que utilizam-se de trabalho escravo para desenvolverem os seus produtos/serviços, que destroem o meio ambiente, que não respeitam a diversidade e os direitos humanos e etc. E o inverso é verdadeiro!
Nos identificamos e compramos de marcas que tem um comportamento ético-moral, que respeitam o meio ambiente e contribuem para o desenvolvimento social-econômico (causa, propósito, valores e política de conduta).
É essa identificação que segundo Freud (1920/1923, p. 46) é a
“a mais antiga manifestação de uma ligação afetiva a uma outra pessoa”
ou seja, é ela quem faz com que tenhamos interesse em interagir, se relacionar e “amar/desejar” a marca.
Essa preocupação com o comportamento da marca é importante no cenário atual, principamente quando falamos do Varejo de Moda, porque as marcas vivem e as pessoas estão de olho nisso.